O barro vermelho bem compactado e o traçado de alta e bem seletivo eram as principais virtudes daquele circuito, mas tinha um defeito que ninguém podia ajudar: era longe 'pra canário'!
A cidade de São Carlos fica localizada no extremo-oeste Catarinense, a cerca de 80 quilômetros da divisa com a Argentina, e fica distante entre 400 a 600 quilômetros das principais "concentrações" de pilotos naquela época, que eram Blumenau, Joinville, Jaraguá do Sul, Brusque, Florianópolis, Lages e Curitiba.
Os "pilotos-vizinhos" eram de Chapecó, Joaçaba e São Miguel do Oeste.
O Autódromo de São Carlos foi construído em um terreno particular e com o apoio da Prefeitura Municipal, que na época investia e explorava institucionalmente o evento para mostrar a cidade ao estado.
Infelizmente em 1992 a Prefeitura retirou seu apoio ("panelas" políticas) e a pista foi abandonada, deixando para o Automobilismo Catarinense bons momentos e grandes histórias e outras "estórias".
Graças ao Autódromo e a 'febre' que ele causou, São Carlos teve muitos pilotos no Catarinense, apesar de ser uma cidade pequena (menos de 10 mil habitantes), teve nomes como Valdir Heinen (Passat), os irmãos Zeca Kolling e Jaime Kolling (Opala), Nedir "Faísca" Nardini (Passat), Plínio Klauck (Opala), Roni Brandão (Fusca e Passat) e Astor Gassen (Gol), que apesar de morar em outra cidade corria por São Carlos, assim como Ivanir Menegotto, o "Pé de Vento" (Opala). Também pilotos de outras cidades próximas se empolgaram e passaram a correr, como Leonir Sangalli (Fusca e Gol), de Palmitos, e Jandir Pressoto (Opala), de São Lourenço do Oeste.
E também foi aí que o "bichinho da poeira" me pegou!
O pessoal 'das antigas' que correu por lá pode ficar à vontade para falar sobre a pista.
Imagem: Acervo pessoal Norton Grimes
15 comentários:
Como tudo que é bom por aqui um dia se acaba!
Ainda bem que ao menos lembramos...
Um abraço
Infelizmente é verdade, Rui!
Mas você não faz ideia do que era ver os Força Livre (Opala, MAverick e 'Dódjes') quase 'decolando' no final da reta da hípica. Era coisa de maluco!!!
Abração
Sempre ouvi ótimos comentários sobre as corridas de São Carlos. Algumas confusões e até piloto sainda direto da pista para a delegacia. Infelizmente não conheci essa pista. Abraços
Fui assistir a 1ª corrida que teve lá. Fui de carona com o Marcos Brolo.Na volta ele fundiu o motor do Chevette que fomos.
Remi
Joaçaba
Ike, nessa época eu morava a cerca de 200 metros da delegacia, e vi todo o "forróbodó" que deu. Vi o 1o. tempo na pista e o 2o. tempo na delegacia... hehehe
Bem interessante o traçado. Na maioria das pitas a largada e box ficam junto a reta principal. Aqui se vê tudo separado.
Adolf
É verdade, Adolf!
Acredito que participei de uma das últimas provas nesta pista Francis. Voce tem razão, na reta que inclusive era bastante plana dava gosto selar o conta giros. Sinceramente uma vez eu falei para o Valdir, que o traçado era muito melhor do que o que nós estavamos fazendo para Joaçaba na época. Eu, o Sergio Migliorini e o próprio Valdir é que desenhamos o atual traçado de Joaçaba.
Fiquei feliz em ver coisas dos meus "guardados" no teu Blog.
Abração.
Norton
Valeu Norton, eu é que agrdeço por disponibilizar material tão precioso para o blog.
Grande abraço
Nesta pista Mário Luersen Fº obteve sua primeira pole e vitória, numa prova extra de longa duração, a bordo do Gol que desmontei inteiro e preparei em uma semana. Lembro que usei um contagiros mecânico e fui "liberando" os limites de rotação aos poucos durante a corrida. A parceria deu certo e vencemos todos, inclusive Opalas que nos ultrapassavam na reta, mas no miolo a posição era recuperada. Depois da corrida, tomamos um refrescante banho no canal que passava dentro do traçado, incluindo a companhia do ainda menino piloto Alessandro Gonsales de 16 anos. A família Luersen não cabia em si de contentamento e eu vi meu trabalho ser reconhecido.
W. Wolff de Lages
Grande Wolff, seja bem vindo aqui!
Boa lembrança. Falei dessa corrida nesse link aqui http://poeiranaveia.blogspot.com/2010/04/goleada-7.html, com a foto do Gol 29.
Eu lembro bem que a galera foi ao delírio com o Gol "garfando" os Opalas.
Na ocasião o Henrique João Damo, o "Grilo", andou com o Opala 57 e o Clóvis "Chulé" Concatto andou com o 17 em dupla om o Edson Dalla Valle.
Do banho no riozinha (ou "sanga", como chamávamos) também me lembro bem.
Abração
Que maravilha ser testemunha ocular de tantos fatos importantes e marcantes do automobilismo catarinense!!! O "bichinho da poeira" me pegou em 1978, quando fui de Lages a Mafra assistir uma corrida. Era sargento do Exército e convenci um companheiro de farda a ir comigo num fusca 1300, mas ao chegar em Mafra descobri que a corrida era em Rio Negrinho. Meu colega quis voltar, então mandei-o de ônibus e fui em frente. Em Rio Negrinho me informaram que a corrida era numa fazenda a 30 km dali (Volta Grande), então me dirigi até lá e tive que dormir no carro, pois já não teria gasolina suficiente, os postos só abririam na segunda feira 6h da manhã. Meu colega sargento Braga ria de mim depois, mas ele nunca soube o "gosto" pelas pistas de terra. Desde então acumulo muitas histórias... Abraços
éra a unica reta do catarinense q vc tinha q tirar o pé , senão perdia todos os pistóes hehehe, mas q saudade do carnaval , de são carlos.b
Valeu Wolff, é uma baita história essa!
"Tio" Douglas, seja sempre muito bem vindo aqui. Saudades de você!
O carnaval e as corridas lá eram fortes, mas acabaram com tudo...
Abraços
Não sou da época mas sou fã de esporte sobre rodas, ouço muito falar e muito bem de nosso autódromo, é uma pena ter virado em açude para cria de peixes e hoje estes também abandonados pelo tempo, o que fica é a esperança de um dia reabrir. 🙏🙏
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